Parte dos 5 milhões de habitantes dos municípios que compõem as bacias Piracicaba-Capivari-Jundiaí (PCJ) corre o risco de racionamento, aumento de até 15% no valor das contas de água e até mesmo interrupção no abastecimento. "Nossa disponibilidade hídrica no estio é de 400m3/habitante/ano. Para se ter uma ideia, no Oriente Médio a disponibilidade hídrica média é de 450m3/habitante/ano", compara Francisco Lahóz, presidente do Consórcio PCJ, associação de gestores e empresários que faz parte do Comitê das Bacias de mesmo nome.
De acordo com a ONU, uma disponibilidade hídrica inferior a 1.500 m3 habitante/ano já é considerada estresse hídrico. "Só não estamos no caos total porque temos um gerenciamento de primeiro mundo", diz Lahóz. O risco de racionamento se renova a cada ano. Desde 2004, o Sistema Cantareira está sob o regime de gestão compartilhada, administrado com a participação das bacias que mantêm os principais mananciais fornecedores de água.
O gerenciamento de ponta estabelecido com esta concessão, porém, vem se deparando, há dois anos, com um limitante não previsto: o esvaziamento do banco de águas dos municípios que compõem as bacias PCJ. O motivo: o excesso de chuvas que o Estado vem enfrentando há dois verões.
O banco de águas é uma ferramenta que permite a poupança do recurso para os meses de seca se, na época de chuvas, os municípios usam menos vazão do que aquela a que têm direito. Mas, quando chove demais no início do ano e o sistema Cantareira chega aos 100% de armazenamento, é preciso verter água para não comprometê-lo. A água vertida é a do banco de águas do interior. Por isso, alguns membros dos Comitês das Bacias do PCJ querem adiantar a discussão sobre os termos da concessão, que será revista em 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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